Qualidade na Investigação x Sucesso na Remediação
Temos continuamente discutido nesse espaço que a qualidade dos
estudos ambientais está intimamente ligada à qualidade da investigação.
O que tem sido feito no Brasil está muito aquém do que seria realmente necessário ao se investigar uma área. Em breve escreveremos mais a respeito.
Gostaria, aqui, de colocar uma discussão muito interessante no Fórum Linkedin (para quem não sabe, uma rede social "profissional") onde a pergunta é: Onde as remediações falham? Como é um Fórum internacional, a maioria das respostas vem dos EUA.
Para quem está no linkedin, o link dessa discussão é: aqui
Para quem não está ou não participa desse grupo, essa é a resposta que julgo muito interessante para nós.É a palavra de um Consultor Senior da AEI Consutants, uma grande consultoria dos EUA, com 40 anos de experiência.
Ele diz, em sua resposta:
" Thoughts from a crusty old FIELD geologist.
Failure to have experienced knowledgeable personnel involved will kill any project. Reversal of flow direction is common in all sorts of environments … flood reversal adjacent to streams, tidally influenced areas (one site almost always had gradient away from bay due to the early morning timing of monitoring ), annual reversal due to de-watering along sunken freeways in wet season, and at construction sites. All these should be part of the knowledge base of any graduate going into the field; since it isn’t it should be part of initial training.
40 plus years of experience have taught me that most people who draw up conceptual site models before investigations, as do people who develop drilling prospects, tend to hold on to their belief in the correctness of their models long after the facts show otherwise. Give me someone who has a fluid model developed as data is collected. Better yet give me a person who though experience understands that a model is probably only good until the next data point or better yet who has a track record of 3 point conceptual models holding up after collection a dozen more data points. (Grifo meu)
Feasibility studies are great; they re-invent the wheel on a regular basis. They are no replacement for good experienced hand. They are great on big projects when someone with deep pocket is involved.
The biggest problem with remediation is having people who have ridden a swivel chair so long that they have forgotten the realities of the subsurface do the designing of projects and sending out kids who don’t have enough training or experience to recognize when the plan needs to be modified or scrapped. You need an experienced geologist /engineer whose boots are still muddy involved top to bottom.
Following that, using the latest trend new product when simpler cheaper products work just as well of better tops my list. "
Fico pensando: se ele sofre desse problema lá nos EUA, imagine aqui no Brasil. Ou seja, as remediações tendem a fracassar quase sempre, pois dificilmente vemos uma investigação que contemple uma quantidade e qualidade de dados adequada para se construir um modelo conceitual mais próximo da realidade.
Mas, e as remediações que obtiveram sucesso sem investigação adequada? Não tenho elementos para afirmar com certeza, mas poderíamos enumerar 3 motivos:
- Avaliação mal feita: Pode ser que o site não tenha sido remediado, mas sim, a amostragem está tão falha que aponta erradamente para isso
- O site era simples e a "receita de bolo" ou decisão tomada com base em maus dados deu certo
- Sorte
Como pode-se perceber, esse problema não é exclusivo do Brasil, mas aqui, a pressão pelos custos e a cultura do "fazer de qualquer jeito" acaba imperando e dificultando as avaliações do órgão ambiental e causando danos à sociedade. O jeitão (3 poços à montante com 3 m de filtro não-afogado + Trado Manual + Esgota e coleta com Bailer) está com os dias contados, se formos levar a sério os trabalhos
O que tem sido feito no Brasil está muito aquém do que seria realmente necessário ao se investigar uma área. Em breve escreveremos mais a respeito.
Gostaria, aqui, de colocar uma discussão muito interessante no Fórum Linkedin (para quem não sabe, uma rede social "profissional") onde a pergunta é: Onde as remediações falham? Como é um Fórum internacional, a maioria das respostas vem dos EUA.
Para quem está no linkedin, o link dessa discussão é: aqui
Para quem não está ou não participa desse grupo, essa é a resposta que julgo muito interessante para nós.É a palavra de um Consultor Senior da AEI Consutants, uma grande consultoria dos EUA, com 40 anos de experiência.
Ele diz, em sua resposta:
" Thoughts from a crusty old FIELD geologist.
Failure to have experienced knowledgeable personnel involved will kill any project. Reversal of flow direction is common in all sorts of environments … flood reversal adjacent to streams, tidally influenced areas (one site almost always had gradient away from bay due to the early morning timing of monitoring ), annual reversal due to de-watering along sunken freeways in wet season, and at construction sites. All these should be part of the knowledge base of any graduate going into the field; since it isn’t it should be part of initial training.
40 plus years of experience have taught me that most people who draw up conceptual site models before investigations, as do people who develop drilling prospects, tend to hold on to their belief in the correctness of their models long after the facts show otherwise. Give me someone who has a fluid model developed as data is collected. Better yet give me a person who though experience understands that a model is probably only good until the next data point or better yet who has a track record of 3 point conceptual models holding up after collection a dozen more data points. (Grifo meu)
Feasibility studies are great; they re-invent the wheel on a regular basis. They are no replacement for good experienced hand. They are great on big projects when someone with deep pocket is involved.
The biggest problem with remediation is having people who have ridden a swivel chair so long that they have forgotten the realities of the subsurface do the designing of projects and sending out kids who don’t have enough training or experience to recognize when the plan needs to be modified or scrapped. You need an experienced geologist /engineer whose boots are still muddy involved top to bottom.
Following that, using the latest trend new product when simpler cheaper products work just as well of better tops my list. "
Fico pensando: se ele sofre desse problema lá nos EUA, imagine aqui no Brasil. Ou seja, as remediações tendem a fracassar quase sempre, pois dificilmente vemos uma investigação que contemple uma quantidade e qualidade de dados adequada para se construir um modelo conceitual mais próximo da realidade.
Mas, e as remediações que obtiveram sucesso sem investigação adequada? Não tenho elementos para afirmar com certeza, mas poderíamos enumerar 3 motivos:
- Avaliação mal feita: Pode ser que o site não tenha sido remediado, mas sim, a amostragem está tão falha que aponta erradamente para isso
- O site era simples e a "receita de bolo" ou decisão tomada com base em maus dados deu certo
- Sorte
Como pode-se perceber, esse problema não é exclusivo do Brasil, mas aqui, a pressão pelos custos e a cultura do "fazer de qualquer jeito" acaba imperando e dificultando as avaliações do órgão ambiental e causando danos à sociedade. O jeitão (3 poços à montante com 3 m de filtro não-afogado + Trado Manual + Esgota e coleta com Bailer) está com os dias contados, se formos levar a sério os trabalhos
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