Conferência AESAS - Parte 2: O Vapor
Como mencionamos no último artigo, a essa altura, todo o mercado já sabe que houve, no início de julho, a I Conferência AESAS de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, e que ela foi um tremendo sucesso.
(OBS: Leia nosso texto sobre a Conferência aqui)
Na minha visão particular, além do que já escrevemos, esqueci de mencionar que é, além de tudo, uma ótima oportunidade para rever muitos amigos!!! Amigos antigos e novos, amigos-alunos, alunos-amigos, amigos-professores, amigos-clientes e por aí vai. Infelizmente não consegui conversar com todos, mas haverá novas oportunidades, com certeza.
Outro ponto de destaque para mim, e que me trouxe muita alegria, foi ver muitos alunos e ex-alunos apresentando trabalhos de primeiríssimo nível. Apresentações orais muito bem sustentadas, posteres muito bem elaborados, enfim, a nova geração mostrando a que veio, e certamente vão dominar rapidamente o nosso mercado. Espero que deixem ainda algum espaço para os "velhotes"...
Assisti com bastante afinco as sessões de HRSC (Investigação de Alta Resolução), LNAPL (Fase Líquida Imiscível Menos Densa que a Água) e Intrusão de Vapor, além de outras apresentações esparsas durante os três dias. Vou detalhar um pouco melhor as minhas impressões técnicas sobre o que eu vi, mas hoje, vou falar somente sobre a sessão de intrusão de vapores.
Assisti com bastante atenção à bela palestra da Laura Chilcote, da Vapor Pin, onde, entre outras coisas, ela sugere a instalação do Vapor Pin, utilizado para fazer amostragem de vapores e gases no subslab, e medição em campo com PID como ferramenta de Screening para VOC, com o objetivo de identificar fontes, Também assisti à excelente apresentação do Willem Takiya sobre como variam os fatores de atenuação, e que adotar um único fator (atualmente 0,03) provavelmente não é o melhor caminho. Assisti à icônica palestra do Blayne Hartman, que mostra claramente o que já se imaginava intuitivamente, ou seja, que a concentração de VOCs no ar (do solo, do contrapiso ou do ambiente) varia muito durante o dia, e uma única amostragem em 3-6 meses não representa nada nesse universo. Finalmente assisti à apresentação e posterior "sabatina" do Vicente Aquino Neto, da CETESB.
Relacionando essas apresentações e pinçando o que eu achei mais relevante, gostaria de destacar:
- Vicente se mostrou bem receptivo a novas ideias, novos conceitos, afinal, todos estamos aprendendo ainda a lidar com essa questão de intrusão de vapor;
- Ainda assim, ele ressaltou a importância do fator de atenuação e que a tendência é adotar algo mais simples de identificar e de tomar a decisão, que é o consagrado (nos EUA) valor de 0,03;
- A possibilidade de avaliação contínua da concentração proposta pelo Blayne Hartman foi estimulada pelo Vicente como linha de evidência importante na tomada de decisão, mas não descartou, em nenhum momento, o TO-15 como técnica consagrada;
- Meu destaque vai para uma pergunta formulada pela platéia para o Vicente, questionando sobre a validade da proposta da Laura Chilcote, de, ao invés de instalar os amostradores passivos, utilizar os Vapor Pin e medir com PID para o screening de VOCs para identificação de fontes. Vicente respondeu que achava válido e aceitável. Segundo ele, o que não é permitido é o Soil Gas Survey por medir o furo com o PID imediatamente, ou seja, medir mais o ar atmosférico que o vapor que porventura esteja migrando pelo ar do solo. Eu vou mais longe, o Vapor Pin também não é um bom instrumento, porque ele foi feito para medir o subslab e o screening não quer saber o que está no subslab, pelo contrário, essa medida é enganosa. É preciso, no screening, que a medida seja feita abaixo do subslab, no solo natural, sem interferência, ou seja, revestido. Se for usado um amostrador passivo, ele tem que ser isolado do subslab, e muitas vezes a instalação não prevê isso, particularmente em pisos espessos. Nós, da ECD, recomendamos, como alternativa de custo bem inferior aos amostradores passivos, o poço temporário de vapor (leia novamente aqui), que faz o que o Vicente falou, isola o ar atmosférico, deixa o equipamento entrar em equilíbrio com o ar do solo, e tem a vantagem adicional em relação aos Vapor Pin de isolar o subslab também. Então, entendo que, indiretamente, o Vicente disse que os PTVs são aceitáveis para o screening de VOCs;
- Por fim, devo dizer que não sou um expert em intrusão de vapor, longe disso, mas esse tema está movimentando muito o nosso mercado, ainda que de uma forma "pouco sustentável". Mas isso é assunto para outro texto
Enfim, são coisas que provavelmente serão discutidas na II Conferência... pelo menos é o que eu espero...
Marcos Tanaka Riyis
julho/2019
(OBS: Leia nosso texto sobre a Conferência aqui)
Na minha visão particular, além do que já escrevemos, esqueci de mencionar que é, além de tudo, uma ótima oportunidade para rever muitos amigos!!! Amigos antigos e novos, amigos-alunos, alunos-amigos, amigos-professores, amigos-clientes e por aí vai. Infelizmente não consegui conversar com todos, mas haverá novas oportunidades, com certeza.
Outro ponto de destaque para mim, e que me trouxe muita alegria, foi ver muitos alunos e ex-alunos apresentando trabalhos de primeiríssimo nível. Apresentações orais muito bem sustentadas, posteres muito bem elaborados, enfim, a nova geração mostrando a que veio, e certamente vão dominar rapidamente o nosso mercado. Espero que deixem ainda algum espaço para os "velhotes"...
Assisti com bastante afinco as sessões de HRSC (Investigação de Alta Resolução), LNAPL (Fase Líquida Imiscível Menos Densa que a Água) e Intrusão de Vapor, além de outras apresentações esparsas durante os três dias. Vou detalhar um pouco melhor as minhas impressões técnicas sobre o que eu vi, mas hoje, vou falar somente sobre a sessão de intrusão de vapores.
Assisti com bastante atenção à bela palestra da Laura Chilcote, da Vapor Pin, onde, entre outras coisas, ela sugere a instalação do Vapor Pin, utilizado para fazer amostragem de vapores e gases no subslab, e medição em campo com PID como ferramenta de Screening para VOC, com o objetivo de identificar fontes, Também assisti à excelente apresentação do Willem Takiya sobre como variam os fatores de atenuação, e que adotar um único fator (atualmente 0,03) provavelmente não é o melhor caminho. Assisti à icônica palestra do Blayne Hartman, que mostra claramente o que já se imaginava intuitivamente, ou seja, que a concentração de VOCs no ar (do solo, do contrapiso ou do ambiente) varia muito durante o dia, e uma única amostragem em 3-6 meses não representa nada nesse universo. Finalmente assisti à apresentação e posterior "sabatina" do Vicente Aquino Neto, da CETESB.
Relacionando essas apresentações e pinçando o que eu achei mais relevante, gostaria de destacar:
- Vicente se mostrou bem receptivo a novas ideias, novos conceitos, afinal, todos estamos aprendendo ainda a lidar com essa questão de intrusão de vapor;
- Ainda assim, ele ressaltou a importância do fator de atenuação e que a tendência é adotar algo mais simples de identificar e de tomar a decisão, que é o consagrado (nos EUA) valor de 0,03;
- A possibilidade de avaliação contínua da concentração proposta pelo Blayne Hartman foi estimulada pelo Vicente como linha de evidência importante na tomada de decisão, mas não descartou, em nenhum momento, o TO-15 como técnica consagrada;
- Meu destaque vai para uma pergunta formulada pela platéia para o Vicente, questionando sobre a validade da proposta da Laura Chilcote, de, ao invés de instalar os amostradores passivos, utilizar os Vapor Pin e medir com PID para o screening de VOCs para identificação de fontes. Vicente respondeu que achava válido e aceitável. Segundo ele, o que não é permitido é o Soil Gas Survey por medir o furo com o PID imediatamente, ou seja, medir mais o ar atmosférico que o vapor que porventura esteja migrando pelo ar do solo. Eu vou mais longe, o Vapor Pin também não é um bom instrumento, porque ele foi feito para medir o subslab e o screening não quer saber o que está no subslab, pelo contrário, essa medida é enganosa. É preciso, no screening, que a medida seja feita abaixo do subslab, no solo natural, sem interferência, ou seja, revestido. Se for usado um amostrador passivo, ele tem que ser isolado do subslab, e muitas vezes a instalação não prevê isso, particularmente em pisos espessos. Nós, da ECD, recomendamos, como alternativa de custo bem inferior aos amostradores passivos, o poço temporário de vapor (leia novamente aqui), que faz o que o Vicente falou, isola o ar atmosférico, deixa o equipamento entrar em equilíbrio com o ar do solo, e tem a vantagem adicional em relação aos Vapor Pin de isolar o subslab também. Então, entendo que, indiretamente, o Vicente disse que os PTVs são aceitáveis para o screening de VOCs;
- Por fim, devo dizer que não sou um expert em intrusão de vapor, longe disso, mas esse tema está movimentando muito o nosso mercado, ainda que de uma forma "pouco sustentável". Mas isso é assunto para outro texto
Enfim, são coisas que provavelmente serão discutidas na II Conferência... pelo menos é o que eu espero...
Marcos Tanaka Riyis
julho/2019
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