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Nessa semana, muitas coisas legais aconteceram, como o lançamento do Episódio #029 do Podcast Áreas Contaminadas, "o Esturro da Onça", com meus amigos Alan Fabricio Vicente, Danilo Tibana Ito e João Paulo Dantas. Nos cursos que participei nessa semana, tivemos aulas muito legais no curso para os órgãos ambientais do Brasil e no curso de Atenuação Natural Monitorada, esse voltado para o público em geral do GAC. Na última quarta, encerrei a minha participação nas aulas da disciplina de Introdução aos Estudos das Áreas Contaminadas no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da UNESP. Foi um curso muito legal, gostei bastante da turma e acredito que conseguimos, eu e o professor Heraldo Giacheti, desenvolver adequadamente os conceitos propostos. Pelo menos os feedbacks foram positivos!!!
Outro recado muito importante: estão abertas as inscrições para a 8ª Turma do curso de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas do SENAC. Para essa turma, teremos algumas mudanças importantes:
- O curso terá duração de 1 ano;
- Por conta disso, as aulas serão aos sábado o dia inteiro e também em algum dia da semana à noite, provavelmente na terça-feira;
- Essas aulas nos dias de semana serão em formato EaD (online e ao vivo), independente da pandemia;
- Do curso todo, 40% das aulas serão online e ao vivo;
Essas novas características estimulam a participação de pessoas de locais mais distantes, pois a porcentagem de aulas online é significativa. Mais informações e inscrições estão nesses dois links:
Essa semana também tivemos mais alguns inscritos nessa Newsletter. Sejam bem-vindos Lucas, Dayane, Priscilla, Tamyhe e Pablo!!!!!
Na semana passada, falei sobre o filme Wall-E. Essa semana, ainda dentro da mesma temática ambiental/infantil, recomendo algo menos conhecido, o livro PET, o Dragão e o Mistério das Pegadas de Luiz Eduardo Ricon e Maya Reyes-Ricon. É um livro muito legal, que mostra um Dragão formado por garrafas PET e os heróis do livro tentam descobrir o motivo pelo qual apareceram pegadas gigantes no reino em que vivem. A investigação evolui para a percepção que aquela é a Pegada Ecológica dos habitantes. Então, de uma forma bem lúdica, os autores ensinam as crianças o conceito de Pegada Ecológica, que nós, ambientalistas, temos que conhecer também. Basicamente, para quem não conhece, pegada ecológica é a área necessária para suprir as necessidades de recursos ambientais para aquela pessoa ou atividade por ano. Normalmente é dada em hectares. Esse cálculo é usado para conhecermos o dia da Sobrecarga, ou seja, o dia do ano que a Pegada Ecológica mundial daquele ano atinge a área do planeta.
Como tema técnico, vou juntar alguns conceitos que vi e discuti durante essa semana. O primeiro deles é uma sugestão do Vicente Aquino, um documento do ITRC de 2016 denominado "Long-term Contaminant Management Using Institutional Controls". Ou seja, medidas de Controle Institucional de longa duração para o GAC. É um documento bem completo e bem interessante e conta também com um treinamento gratuito do ITRC oferecido no site do Clu-In. Para começar, a sugestão do Vicente é que o grupo de pessoas que estamos formando para fazer resenhas de textos clássicos discuta esse documento e proponha alternativas baseadas nele. Acato a sugestão dele e chamo as pessoas que se interessam pelo tema que me avisem para podermos ler com detalhe, discutir e fazer a resenha desse documento. A essência do documento é estabelecer os critérios ao mesmo tempo amparados na ciência e com a precaução ambiental necessária para se ter linhas adequadas de evidência, monitoramento e controle para o estabelecimento dessas medidas. Outro ponto importante é que as medidas de controle institucional são, de acordo com o documento, bem diferente de "não fazer nada".
A isso se junta os conceitos desenvolvidos no curso de Atenuação Natural Monitorada (ANM), que tenho acompanhado durante essa semana. A ANM é uma estratégia para comprovarmos que estão ocorrendo processos físicos, químicos e biológicos e que esses processos estão atuando no sentido de diminuir o impacto da contaminação de uma determinada área. Ou, seja, é o estudo de linhas de evidência que está ocorrendo a Atenuação Natural. Também é um conceito que é comumente confundido com não fazer nada. As primeiras aulas do curso me fizeram reler os documentos básicos que indico aqui embaixo, particularmente o livro Natural Attenuation of Fuels and Chlorinated Solvents in the Subsurface, de Wiedemeier et al. (1999) e esses protocolos estão muito bem estabelecidos e é "só" segui-los. Obviamente, segui-los significa coletar dados, caracterizar muito bem a "hidrogeobioquímica" do site e tratar esses dados cientificamente, com base estatística.
Mas, para além dos processos que governam a atenuação natural, o professor Rodrigo Cunha mostrou muito bem no curso uma linha de raciocínio que mostra que a ANM é praticamente obrigatória no estado de SP. Diversos artigos da Lei, do Decreto e da DD permitem a emissão do termo de reabilitação em áreas que ainda permaneçam com algum risco remanescente em um cenário hipotético (o caso clássico é o da ingestão de água subterrânea), desde que com alguma medida de Engenharia e/ou de Controle Institucional (o caso clássico é a restrição do uso da água subterrânea) em conjunto com a comprovação da atenuação natural e/ou monitoramento da condição desse meio, junto com uma estimativa para o tempo que irá demorar para a sociedade ter novamente acesso a esse bem a proteger (no caso, água subterrânea).
Em resumo, o correto seria, para o casos em que as CMAs (Concentrações Máximas Aceitáveis) para inalação de vapores em ambientes fechados tenha sido atingidas, medidas de restrição de uso da água tenham sido implementadas e o termo de reabilitação tenha sido emitido, o Responsável Legal garanta a efetividade das medidas de restrição e monitore a água subterrânea pelo tempo que as evidências de atenuação natural indicarem ser necessárias. Ou seja, as linhas de evidência da ANM são essenciais para que a reabilitação da área se dê dentro dos instrumentos legais do estado de SP, sendo portanto, imprescindível que os profissionais da cadeia de GAC conheçam os protocolos de ANM. Pode-se perfeitamente entender o paralelo entre a ANM e o documento do ITRC de Medidas de Controle Institucional. Ambos têm tudo a ver e devem andar juntos, não acham?
Vamos agora às principais notícias e dicas da semana:
1. O Episódio #029 do Podcast, como eu falei, foi com meus amigos Fabricio, Danilo Tibana e João Paulo. A ideia partiu do João Paulo e o resultado ficou muito bom, na minha opinião. Eles contam maravilhosas histórias de trabalho de campo, que, além de muito divertidas, nos ensinam muito e mostram que o trabalho de campo deve ser muito bem planejado e conduzido, primeiro porque é uma situação crítica para a saúde do trabalhador, e segundo porque é a parte essencial do GAC, é onde todos os dados são coletados. Não adianta aprendizagem de máquina, modelos, interpolações, Big Data, etc se os dados de campo não são representativos, as decisões tomadas serão erradas. Assim, essa conversa com as três Lendas Lendárias do GAC é muito ilustrativa e vai além do humor: ao ouvir as histórias, recomendo que prestem atenção aos detalhes do trabalho pois há um belo conteúdo técnico por trás das risadas. E de quebra, entendam o que é "O Esturro da Onça"
Vejam os perfis deles no Linkedin:
Ouça no Site da ECD: http://www.ecdambiental.com.br/2020/11/podcast-areas-contaminadas-episodio-029.html
Ouça no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=gmZxwmq_rDs
Ouça no Spotify: https://open.spotify.com/episode/0gwwo5gjJPaCpcS6879owQ?si=VMAbzL4XTQC7aRmx3lAqqA
2. O Episódio #030, que irá ao ar nessa semana, dia 19/11, será uma conversa muito legal sobre Geologia, Investigação e muita coisa sobre Sustentabilidade com minha amiga, a Geóloga Joyce Cruz. Conheçam um pouco dela no Linkedin:
3. Dia 18/11 ocorrerá um evento muito importante: um Webinar gratuito das 15:00 às 17:00 sobre LNAPL. A moderação do evento será minha e do Bernd Seelhorst (Nickol/AESAS) e as apresentações serão do Mateus Ewald (Finkler/AESAS), Marco Pede (In Situ/SENAC) e Atila Pessoa (EBP/SENAC). Inscrições gratuitas com vagas limitadas em https://www.soldiambiental.com.br/so/f5NMpeXmi#/main .
7. Um vídeo bem interessante, que mostra simulação de fluxo subterrâneo. Tem vários desses pela Internet, mas esse em particular mostra coisas bem interessantes na simulação. Vejam a o que acontece com a diferença de condutividade hidráulica, ou seja o que ocorre com o fluxo em lentes descontínuas que encontram camadas de maior K: https://www.youtube.com/watch?v=gbN404Pf8e8 .
9. Falei ali em cima sobre Machine Learning, Algoritmos, etc. Aí vão algumas recomendações que recebi dos especialistas no assunto e repasso aqui para vocês:
10. Essa semana descobri um canal interessante e é introdutório sobre Geologia, vale a pena visitar e dar uma olhada: https://www.youtube.com/c/TERRA001 . O autor Gabriel Mota, escreve algo bem interessante para descrever o seu trabalho: Divulgação científica e educação ambiental para todos, nosso futuro depende disso.
17. Enquanto escrevo essas linhas, o país se prepara para mais uma eleição. Um evento fundamental para a nossa jovem e irregular democracia. Espero que todos e todas reflitam bastante sobre seus candidatos e candidatas e escolham pessoas e partidos que tenham comprovadamente compromisso com a ciência, com o meio ambiente e com as pessoas que mais precisam, que são os temas que tratamos aqui na Newsletter. Como aviso adicional para relembrar, as eleições para o Legislativo (no caso atual, vereador), o voto vai inicialmente para o partido do seu candidato. De acordo com o número de cadeiras que aquele partido conseguir na câmara do seu município, entram os mais votados daquele partido, portanto, nesses casos, votar naquele vizinho bacana que você conhece tem grande chance de sair pela culatra, se o candidato for de um partido que você não concorda. Atenção nisso, e, obviamente, muita atenção no distanciamento social, afinal, estamos no meio de uma pandemia que não acabou.
Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se puderem, contribuírem conosco.
Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER
Mais uma vez obrigado pela atenção e até a semana que vem
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